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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

CRABVERTISING

Juro que não vou perder seu precioso tempo (nem o meu) com mais um texto sobre a dança do siri. Acabei de reler um artigo do André Godoi (o Djou aqui da criação), postado no CCSP, sobre o tema, em que ele dizia que gostaria de ter sido o criador do siri.
Lembrei também de um texto, que há bem pouco tempo escrevi numa apresentação para um prospect, que dizia que era importante que a marca aumentasse os pontos de contato com seu público, seja na mídia, no ponto-de-venda ou em ações promocionais (shoppings, parques, praias etc.).

Nada mais velho, né, não?
No primeiro caso, o do siri, vale pela brincadeira. Um jeito meio tosco que o programa achou para curtir com as outras emissoras.
Já pensou, colocar seu produto pulando atrás de um repórter cada vez que alguém abrisse uma câmera ao vivo?
Já foi feito, lembram? No século passado, começo da década de 90, com a guerra das cervejas. Na época, chamamos de marketing de emboscada. Hoje, chamamos de Crabvertising.

No segundo caso, o de aumentar os pontos de contato com seu público, ai, meu Deus!
Pense em milhares e milhares de produtos usando a estratégia de atingir o consumidor onde, como e quando ele estiver.

O cara acorda e pimba!, foi impactado. Vai ao banheiro e pimba de novo. Não importa se está fazendo número 1, 2 ou 3 (barba, gente. Barba). E vai, dia afora, sendo impactado. No trânsito, no shopping, na praia. Dia e noite. Pimba e mais pimba. Haja verba!

Que relevância pode ter isso para ele?
Sim, relevância. Só porque você pode pintar o nome de seu produto no muro não significa que você deva. Pura verdade!
A mensagem tem de ser relevante. O caminho que entrega a mensagem tem de ser relevante, mas, principalmente, temos de considerar que sentimento esse impacto provoca no consumidor.

Se, além de todos os processos de um plano de mídia, pensássemos também nas reações desse pobre ser humano (que chamamos de consumidor) ao ser impactado por uma mensagem, com certeza sobraria alguma verba para outras soluções de comunicação, trade, distribuição etc.
E, antes que algum mal-humorado de plantão reclame por perder comissão de mídia, sugiro um bom e isento fee.
Claro que não estou propondo o fim do plano de mídia. Estou, sim, incomodado com esse massacre que, dia após dia, impomos ao consumidor a quem, não por acaso, chamamos de target. Como se tivéssemos a obrigação de acertá-lo a cada movimento.
Pois é, antes de ser um imortal publicitário, sou um simples mortal consumidor e, pra mim, já chega.

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